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FEC investiga espécies de mamíferos, aves e borboletas
Por Lucas Eduardo Araújo Silva
Em 18 de maio de 2023

No Dia Mundial da Biodiversidade, a Fundação Ecológica Cristalino – FEC comemora a realização de mais uma campanha de campo do Programa de Monitoramento da Biodiversidade das RPPNs Cristalino, no fim do período chuvoso. O programa teve iniciou em 2019 e retomou as atividades em outubro de 2022 após a pandemia do coronavírus.

Foram percorridos cerca de 15 quilômetros por dia. O acesso a trilha de monitoramento passa pela floresta ripária (mata ciliar) e 420 metros de igapó inundado com as águas pretas do rio Cristalino.

Neste mês de maio, os pesquisadores percorreram por volta de 100 quilômetros em 10 dias de trabalho coletando dados sobre mamíferos, aves e borboletas frugívoras. O coordenador do monitoramento, Lucas Eduardo Araújo Silva, biólogo, Doutor em Zoologia (evolução e biodiversidade) lembra que nas RPPNs Cristalino existem 8 ambientes diferentes com flora e fauna associados, o que geram uma alta biodiversidade nesta região tão importante para a conservação da Amazônia.

“Estamos em campo duas vezes ao ano realizando as atividades de monitoramento da biodiversidade das RPPNs Cristalino. Este trabalho veio para suprir a necessidade de amostrar, e estudar ao longo do tempo a biodiversidade destas reservas, visando investigar e propor ações que venham a auxiliar na conservação dos grupos estudados”, explica o coordenador da FEC.

A região das RPPNs e do Parque Estadual Cristalino é um reduto de espécies ameaçadas, tais como a castanheira (Bertholletia excelsa), a onça-pintada (Panthera onca), o tracajá (Podocnemis unifilis) e o jacamim-de-costas-marrons (Psophia dextralis), além de ser lar para mais de sete espécies de primatas, incluindo o endêmico e ameaçado macaco-de-cara-branca (Ateles marginatus), espécie símbolo do Parque Estadual Cristalino.

Outros habitantes da floresta incluem o tatu-canastra (Priodontes maximus), a ariranha (Pteronura brasiliensis), diferentes espécies de sapos e serpentes e mais de mil espécies de borboletas. Quase um terço de todas as aves brasileiras, de um total de 1971 espécies – incluindo o gavião-real (Harpia harpyja), uirapurus, araras, papagaios e tucanos – podem ser observados dentro e nos arredores da reserva.

As RPPNs Cristalino, são áreas protegidas que ajudam na conservação de uma rica biodiversidade na porção meridional da Amazônia, localizadas na divisa entre Mato Grosso e Pará e vizinha ao Parque Estadual do Cristalino.

 

Pesquisadores preparam equipamentos para as atividades de campo