FEC promove capacitação para 12 voluntários

O Programa Escola da Amazônia da Fundação Ecológica Cristalino – FEC reuniu12 pessoas comprometidas em fazer a diferença por meio da educação ambiental e participaram da Capacitação de Voluntários ocorrida no último dia 19/03. Se inscreveram para serem voluntários do programa estudantes de Biologia, profissionais da área de marketing e de arqueologia, biólogos, estudantes de Ciências Biológicas e profissionais liberais.

A FEC já recebeu cerca de 400 voluntários em diversos projetos durante sua atuação

Durante a capacitação, realizada pela Coordenação de Educação Ambiental da FEC, os participantes conheceram a história da Fundação Ecológica Cristalino, os projetos científicos e de gestão das áreas protegidas e os projetos de Educação Ambiental em execução atualmente: “Um Dia na Floresta”, “Histórias da Floresta” e “Brincando na Floresta”. Também foram apresentadas as diversas atuações da ong em conselhos de políticas públicas ambientais, fóruns de meio ambiente e campanhas de conscientização.

Ao ser voluntário da FEC, as pessoas se envolvem em projetos e atividades que contribuem para a conservação da biodiversidade da Amazônia de Mato Grosso. Esse foi um dos principais motivos do arqueólogo Renato do Nascimento, 31 anos, que já tem experiência em educação patrimonial em Rondônia. Essa é uma região carente de pesquisas arqueológicas e tenho interesse em saber mais dos projetos da FEC como também do Parque Estadual Cristalino”, comentou.

As biólogas: Michele Lazari da Silva e Naiquela Ferraz dos Reis são moradoras de Alta Floresta e quando mais jovens participaram do projeto “Um Dia na Floresta”. “Nunca tinha entrado na floresta e foi uma experiência incrível. Agora minha filha já participou e contou tudo que aprendeu”, conta Naiquela. “Estou participando porque gosto de crianças e de ensinar e os projetos vão me proporcionar uma experiência importante”, disse.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 7,2% da população brasileira adulta já realizou algum tipo de trabalho voluntário em 2020, totalizando mais de 14 milhões de pessoas em atividades voluntárias. A FEC já recebeu cerca de 400 voluntários em diversos projetos durante sua atuação.

Coordenação de Comunicação

Texto: Josana Salles

josanassalles@gmail.com

65-99966-3681

FEC abre inscrições para voluntários do Programa “Escola da Amazônia”

A Fundação Ecológica Cristalino (FEC) inicia o período de inscrições para voluntários que queiram participar dos projetos de educação ambiental do programa “Escola da Amazônia”, desenvolvido há 22 anos envolvendo crianças e jovens de escolas públicas e particulares de Alta Floresta e região. Neste período já participaram quase 10 mil estudantes e cerca de 417 voluntários.

Ao ser voluntário do programa “Escola da Amazônia” é possível aprimorar habilidades e experiencias educacionais e ambientais que podem colaborar na construção da carreira profissional.

Além de desenvolver a si mesmo, ao participar dos projetos do programa “Escola da Amazônia”, o voluntário pode contribuir para a transformação da sociedade e na preservação ambiental.

O programa “Escola da Amazônia” desenvolve atualmente três projetos:Um Dia na Floresta”, “Histórias da Floresta” e “Brincando na Floresta”. As atividades envolvem crianças de 5 a 8 anos e acontecem na Reserva Surucuá, localizada no centro de Alta Floresta e onde está localizada a sede da FEC.

O projeto “Um Dia na Floresta”, tem objetivo de dar oportunidade às crianças de conhecer de perto a floresta Amazônica e sua rica biodiversidade. O projeto atende alunos de 8 a 10 anos das escolas públicas e particulares da região. Em cada atividade realizada, os participantes vivenciam a floresta e compartilham experiências.

Voluntárias no projeto “Um Dia na Floresta”

O projeto “Brincando na Floresta”, lançado em 2023 tem o objetivo de proporcionar o primeiro contato da criança com a natureza e uma experiência divertida, exploratória e educativa em plena floresta amazônica, despertando o respeito e o cuidado pela natureza. Participam crianças de 4 a 7 anos.

“Histórias da Floresta”, é um projeto de contação de histórias que busca disseminar os conhecimentos sobre a floresta, mostrar sua importância e encantar as crianças com a biodiversidade amazônica.

São realizadas apresentações em um espetáculo com músicas e contações de histórias que enfatizam os encantos a Amazônia. Participam crianças com a faixa etária de 5 a 8 anos.

As inscrições estão abertas até o dia 15 de março e podem ser feitas no link: https://linktr.ee/fundacaoecologicacristalino

 

 

FEC participa de evento sobre o programa Lista Verde e busca certificação das RPPNs Cristalino

A Fundação Ecológica Cristalino – FEC esteve presente no evento “Lista Verde de Áreas Protegidas e Conservadas – resultados, experiências e perspectivas”, promovido pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

O Programa Lista Verde de Áreas Protegidas e Conservadas da IUCN é um sistema de certificação que se baseia em diferentes pilares, como governança equitativa e gestão eficaz, mas o foco real está nos resultados de conservação e na contribuição para os desafios globais.

As Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) Cristalino, situadas no sul as Amazônia estão presentes no Programa da Lista Verde e buscam Certificação de Conservação. As reservas somam 7 mil hectares no norte de Mato Grosso.

As discussões fizeram parte do VI Encontro Latino-Americano de Áreas Protegidas e Inclusão Social (ELAPIS), que aconteceu entre os dias 27 a 30 de novembro na Universidade de São Paulo (USP).

Foto: Lucas Eduardo Araújo Silva

Durante o evento foram apresentados os resultados preliminares da aplicação do padrão em cinco países amazônicos, com a participação do Grupo de Especialistas em Avaliação da Lista Verde da IUCN.

O Programa da Lista Verde de Áreas Protegidas e Conservadas da IUCN visa incentivar e promover áreas protegidas eficazes em todo o mundo e incentivá-las a medir, melhorar e manter o seu desempenho por meio de critérios globalmente consistentes.

 

 

 

Coordenadoria de Comunicação da FEC

Texto: Josana Salles

imprensa@fundacaocristalino.org.br

65-99966-3681

Botânicos da UFMT e UNEMAT fazem coletas de espécies raras nas RPPNs Cristalino

Depois de três expedições de coleta e três aulas de campo promovidas pelo projeto “Flora das RPPNs Cristalino” entre os meses de outubro e novembro foram coletadas uma possível nova espécie de planta, um primeiro registro de espécie para a Amazônia e três novos registros de espécie para Mato Grosso.

Até o momento foram coletadas aproximadamente 500 amostras que agora serão analisadas e depositadas nos herbários da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT – campus Alta Floresta.

A coordenadora do projeto “Flora das RPPNs Cristalino”, botânica e professora do Instituto de Biociências da UFMT, Ana Kelly Koch, anunciou que além da provável espécie nova e os novos registros de ocorrência para o Mato Grosso, com os estudos do projeto também serão feitas atualizações nomenclaturais de espécies já registradas no primeiro estudo realizado sobre a flora da região do Cristalino em 2010.

Botância Ana Kelly Koch/UFMT

Pesquisadoras do Instituto de Biociências da UFMT participaram da expedição realizada em novembro. Além das amostras para exsicatas (partes de plantas prensadas e secas em estufa, fixadas em cartolina, para fins de estudos botânicos), a Profa. Dra. Patrícia Carla Oliveira realizou coleta de 43 amostras de frutos e sementes que serão estudadas no Laboratório de Sementes Nativas da UFMT.

Quanto às aulas de campo, três professores de Botânica da Faculdade de Ciências Biológicas e Agrárias da UNEMAT – campus Alta Floresta, participaram ativamente do projeto, com a aplicação dos conteúdos das aulas em campo, envolvendo 25 alunos, na realização de coletas nas RPPNs Cristalino, que serão depositadas no Herbário da Amazônia Meridional.

A próxima expedição do projeto “Flora das RPPNs Cristalino” está agendada para abril de 2024.

Coordenadoria de Comunicação

Texto: Josana Salles

imprensa@fundacaocristalino.org.br

65-99966-3681

Sementes e frutos das RPPNs Cristalino serão inclusos na coleção do Laboratório de Sementes da UFMT

“Histórias da Floresta” quer retratar o planeta Terra como um quintal de todos e para todos

Bichos, plantas, o sol, a chuva, o céu estrelado, as nuvens em suas infinitas formas. É nos quintais que muitas crianças passam sua infância e conhecem um pouco da vida natural. Não importa o tamanho do espaço, cada quintal é um pedaço do mundo para os pequenos seres humanos e a partir dele é possível refletir como podemos tratar o planeta Terra.

Essa conversa promete ser bem animada para os alunos das escolas de Alta Floresta que participarão de mais uma edição do projeto “Histórias da Floresta”, vinculado ao Programa Escola da Amazônia, da Fundação Ecológica Cristalino – FEC e que será realizado entre os dias 21 a 30 de novembro.

Este ano, o projeto é inspirado no livro infantil “O quintal da minha casa” de Fernando Nuno e com adaptações será apresentado através de um lindo espetáculo lúdico com as personagens Plim Plim, a Fada das Águas e a Mãe Natureza.

A coordenadora de Educação Ambiental da FEC, Mariana dos Santos da Silva explica que o espetáculo tem um enredo bem divertido e permeado com músicas. “O livro de Fernando Nuno traz a ideia de que o planeta é o nosso quintal. Um quintal com inúmeras florestas, biomas, animais e plantas.  Além disso a história inspira a pensar sobre o que podemos fazer para que a natureza existente no planeta não seja completamente destruída. Nos convida para ação, a fazer algo, não fica só na reflexão”, comentou.

Mariana diz ainda que a história ajuda no diálogo sobre o cuidado com a natureza, apresenta para as crianças um novo olhar sobre o mundo em que vivemos.

Em todas as edições do projeto “Histórias da Floresta” as encenações são bem alegres e “as histórias que apresentamos trazem sempre personagens da fauna e flora da floresta Amazônica”.

“Histórias da Floresta” acontece desde 2018 e atende crianças com faixa etária de 4 a 7 anos das escolas públicas de Alta Floresta, sempre entre os meses de outubro e novembro. Já participaram do projeto cerca de 800 crianças de 14 escolas. A primeira edição foi em 2018 com a história “Sumaúma, mãe das árvores” da escritora Lynne Cherry.

Em 2019 o espetáculo foi baseado na história “Quem pegou a castanha de cutia” cuja autora é a professora Adenir Vendrame. Depois, em 2021, em razão da pandemia foi feita uma edição online com a história do “Pescador e a Onça” de autoria de Yaguaré Yamã.

Coordenação de Comunicação da FEC

Texto: Josana Salles

imprensa@fundacaocristalino.org.br

65-99966-3681

Sementes e frutos das RPPNs Cristalino serão inclusos na coleção do Laboratório de Sementes da UFMT

Uma semente do tamanho de um grão de areia que germina e se torna uma árvore de flores brancas e frutos cobiçados por muitos mamíferos.

A pequenina semente foi encontrada por pesquisadores do Laboratório de Sementes Nativas do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT que participaram da primeira expedição do projeto “Flora das RPPNs Cristalino”, realizada em novembro deste ano.

goiaba-de-anta (Bellucia rossularioides)

A semente é da planta conhecida como goiaba-de-anta (Bellucia grossularioides), da família Melastomataceae. Pode ser encontrada no Cerrado e na Amazônia e faz parte da alimentação de primatas, cutia, anta, entre outros.

Quem comemorou o achado foi a bióloga e professora do Departamento de Botânica e Ecologia da UFMT, Patrícia Carla de Oliveira, que fez parte da equipe de cientistas que está estudando a flora das reservas particulares de patrimônio natural – RPPN Cristalino, no norte de Mato Grosso.

Flor e fruto goiaba-de-anta Foto-Ana Kelly Koch

Ao todo foram colhidas 43 amostras de sementes e frutos de plantas amazônicas.

A pesquisadora diz que essa é hoje a menor semente que fará parte da coleção do Laboratório de Sementes Nativas da UFMT.

“Boa parte da coleção de sementes até então é formado por sementes de plantas do cerrado e do Pantanal. Com a participação no projeto “Flora das RPPNs Cristalino” teremos oportunidade de enriquecer os estudos sobre o bioma amazônico”

Os estudos de sementes e frutos buscam avaliar as necessidades de cada planta e o que elas suportam em suas mais diversas fases para sobreviverem no ambiente. As pesquisas são indispensáveis em uma região que abriga as maiores naturezas do mundo – maior floresta tropical do planeta, o maior banco genético e a maior bacia hidrográfica.

Coletadas 43 sementes e frutos na RPPN Cristalino

No Laboratório de Sementes Nativas da UFMT são conduzidas pesquisas sobre sementes nativas e plântulas de espécies do Pantanal, Cerrado e Amazônia, abrangendo desde a caracterização das unidades biológicas, identificação de limites de tolerância a condições adversas, previsões acerca da sobrevivência das espécies em diferentes cenários.

“Investigamos o que cada uma das espécies precisa para germinar e quais são seus limites de tolerância da semente às condições ambientais. Em geral é analisado o tipo de solo, encharcamento, regime de chuva, temperatura, iluminação, polinizador e dispersor”, explicou a pesquisadora.

 

Primeira expedição foi realizada em novembro

“Flora das RPPNs Cristalino” é desenvolvido pela Fundação Ecológica Cristalino – FEC em parceria com a UFMT e UNEMAT.

Coordenação de Comunicação da FEC

Texto: Josana Salles

imprensa@fundacaocristalino.org.br

65-99966-3681

 

Looking for Jaguar” já fez 16 registros de onças-pintadas nas RPPNs Cristalino

Para entender o cotidiano das onças da Amazônia é preciso saber entre outras coisas os períodos do dia de maior atividade, os locais de maior concentração das espécies e em quais deles também têm presença humana. Os estudos estão sendo desenvolvidos pelo projeto “Looking for Jaguar” da Fundação Ecológica Cristalino – FEC nas Reservas Particulares de Patrimônio Natural – RPPNs Cristalino, localizadas no sul da Amazônia.

Ao completar a sexta expedição em 2023, o projeto totalizou 16 registros de indivíduos da espécie Panthera onca (onça-pintada) desde o início do projeto em 2022. No caso da onça-parda (Puma concolor) o projeto tem mais de 70 registros.

Este ano, o coordenador do “Looking for Jaguar”, biólogo Lucas Eduardo Araújo Silva comemorou vários registros feitos pelas câmeras TRAP, entre eles o passeio de uma onça-pintada bem próximo do Cristalino Lodge. Eram 14 horas. “De dia pessoal, de dia!”, comemorou.

https://www.youtube.com/watch?v=4mHv_Ny-lQ8

Localizadas na Amazônia mato-grossense, município de Alta Floresta, as Reservas Particulares de Patrimônio Natural – RPPNs Cristalino (7 mil hectares), são utilizadas como área de vida das onças em toda a sua extensão. Registramos onças-pintadas em todas as trilhas das reservas, sendo a Base do Limão o local de maior número de ocorrência.

O coordenador da FEC, Lucas Eduardo com o assistene de projetos, Marcelo trocando cartões das câmeras TRAP

Outra boa notícia é a participação do aluno bolsista do curso de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Emanuel Cerqueira Bonin Melgar nos estudos do projeto. Como participante do Programa de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ, Emanuel contribuirá com a análise das imagens registradas, sob orientação da Dra. Viviane Maria Guedes Layme que é professora do Instituto de Biociências da UFMT e trabalha com Ecologia de Populações.

“É a primeira vez que estou entrando na Amazônia preservada. Parece um filme do Indiana Jones. Sempre quis trabalhar nesse bioma”, diz Emmanuel que é aluno do 8 º semestre da Faculdade de Biologia da UFMT em Cuiabá.

 

 

Algumas das surpreendentes imagens do “Looking for Jaguar” estão sempre por aqui. Acompanhe!

Coordenação de Comunicação

Texto: Josana Salles

65-99966-3681

Observando a Biodiversidade das RPPNs Cristalino

O sol já aparecia no horizonte quando a equipe da Fundação Ecológica Cristalino – FEC desceu o rio Cristalino e entrou em uma área isolada na margem esquerda, utilizada para estudos científicos e o Monitoramento da Biodiversidade, realizado desde 2019.

Hubner Douglas

A pesquisa registra, investiga e monitora a presença de espécies endêmicas (que só ocorrem em uma região) e ameaçadas de extinção, durante 5 dias 2 vezes ao ano, abrangendo os dois principais períodos (“estações amazônicas”) seco e chuvoso. A área escolhida é parte da Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Cristalino, no sul da Amazônia, no estado de Mato Grosso.

Ao todo são 5 km de trilha em 3 tipos de ambientes vegetativos: Floresta ripária, floresta de igapó e floresta de terra firme. A equipe precisa percorrer 5 mil metros coletando informações colhidas por observação e gravação de áudio da floresta.

Para garantir o bom resultado do Monitoramento da Biodiversidade da RPPN Cristalino é preciso perseverar e suportar os incômodos de andar em uma área de floresta amazônica primária e livre de qualquer atividade humana.

A cada ave ou mamífero que surge nas caminhadas lentas e silenciosas dos pesquisadores, é feita a anotação por escrito e registro fotográfico. A cada mil metros é preciso ficar imóvel e em silêncio. O coordenador da FEC, biólogo Lucas Eduardo Araújo Silva, aciona o gravador e registra o som da mata por 10 minutos.

jacamim-de-costas-marrons (Psophia dextralis) – Lucas Eduardo A.S

“São 5:58 manhã. Tempo bom…”. E assim começa a ser gravado o som da vida natural da Amazônia. O pica-pau-de-barriga-vermelha, cricrió, cabeça-encarnada, papagaio-moleiro, chororó-pocuá, arapaçu-bico-de-cunha e oinhambu-pixuna cantam a todo momento durante o ponto de escuta. Duas horas de caminhada na trilha, e o uirapuru-veado dá sinal da vida em meio ao silêncio da floresta, como se todas as aves fossem ouvi-lo cantar.

Os primatas, muito presentes em toda a área, também são registrados e observados por nós enquanto nos observam. Um bando de macaco-aranha-de-cara-branca balança os galhos das árvores fortemente, um comportamento de protesto pela nossa presença, bem comum da espécie Ateles marginatus, após registros fotográficos, seguimos na trilha.

Mais tarde, alguns cuxiús-de-nariz-vermelho e macacos-prego se encontram e uma briga rápida pode ser observada. Estas espécies vivem em bandos mistos, mas às vezes também disputam por recursos. E assim acontece a coleta de dados do Monitoramento, com muita caminhada, suor, sacrifício físico, mas muito gratificante, por fazer este trabalho de proteção da rica flora e fauna que a FEC auxilia na conservação.

As RPPNs abrigam e protegem um total de 39 espécies endêmicas e 41 espécies ameaçadas de extinção, destas: 25 espécies de aves; 14 de mamíferos; 2 de quelônios e 3 espécies de plantas. Das espécies ameaçadas de extinção destacamos o jacamim-de-costas-marrons (Psophia dextralis) o bugio-de-mãos-ruivas (Alouatta discolor) e o macaco-aranha-de-cara-branca (Ateles marginatus) que conseguimos ótimos registros fotográficos.

bugio-de-mãos-ruivas (Alouta discolor) – Lucas Eduardo AS

O que é o Monitoramento da Biodiversidade

Utilizando os mesmos métodos propostos pelo  Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio no Programa Monitora, a Fundação Ecológica Cristalino – FEC realiza o monitoramento, a partir de levantamentos de dados em campo, da condição da biodiversidade no interior das áreas protegidas, observando especialmente grupos bioindicadores (Aves, Mamíferos de grande porte, Borboletas frugívoras e Plantas lenhosas) que apresentam relevância para orientar as ações de conservação preventivas e mitigadoras para as RPPNs Cristalino.

As informações obtidas nesses programas são úteis em múltiplas escalas, auxiliando tanto a gestão de uma pequena unidade de conservação (perspectiva local), como orientando um conjunto específico de áreas protegidas (perspectiva regional) ou ainda subsidiando a formulação das políticas e metas nacionais de conservação (perspectivas nacional/global).

São empregados métodos eficientes: acurados, mas de baixo custo operacional e logístico. Outra necessidade fundamental nos monitoramentos de biodiversidade é o acúmulo de informações ao longo do tempo. Com um volume representativo de dados de biodiversidade, inferências mais seguras podem ser feitas.

As Unidades de Conservação (UC) são áreas chave para a conservação da natureza em diversas escalas e perspectivas. Essas áreas protegem habitats, espécies, processos ecológicos e serviços ecossistêmicos. Considerando a sua importância estratégica, o monitoramento de sua biodiversidade constitui uma atividade essencial para a gestão desses espaços.

Coordenação de Comunicação

Texto: Josana Salles

imprensa@fundacaocristalino.org

65-99966-3681

 

Programa Escola da Amazônia completa 20 anos de educação ambiental na floresta

Quando o tema é Sustentabilidade a Educação Ambiental é de vital importância para o planeta e suas futuras gerações. A sua missão essencial é levar informações a respeito das relações entre o homem e a natureza, seja ele uma criança ou um adulto.

A Fundação Ecológica Cristalino – FEC comemora duas décadas de atividades de Educação Ambiental através do Programa Escola da Amazônia, envolvendo alunos da região de Alta Floresta Brasil e Exterior

Divulgação/FEC

Atualmente, a FEC desenvolve três projetos de Educação Ambiental através do Programa Escola da Amazônia: “Um Dia na Floresta”, “Brincando na Floresta” e “Histórias da Floresta”, voltados para crianças das escolas de Alta Floresta e municípios vizinhos.

“Um Dia na Floresta” é realizado há quase 16 anos e desde a sua criação quase 6 mil estudantes e 100 professores participaram do projeto.  Apenas em 2023, 434 crianças e 38 professores de 14 escolas tiveram a oportunidade de conhecer de perto a floresta Amazônica e sua rica biodiversidade

O projeto “Brincando na Floresta”, lançado em 2023 atendeu 134 alunos e 9 professores de 3 escolas de Alta Floresta. O projeto é destinado às crianças de 4 a 6 anos

Divulgação/FEC

Foram realizadas 06 oficinas na Reserva Surucuá, no centro de Alta Floresta. Participaram as escolas: Jean Piaget, Escola Estadual Mundo Novo e Escola Municipal Trenzinho Mágico.

O objetivo é proporcionar o primeiro contato da criança com a natureza e uma experiência divertida, exploratória e educativa em plena floresta amazônica despertando o respeito e o cuidado pela natureza.

Além de proporcionar entretenimento ao ar livre, longe das telas digitais, para que as crianças possam brincar de forma alegre e saudável e conseguirem melhor sociabilização no ambiente escolar.

Já projeto Histórias da Floresta acontece desde 2018 e atende crianças com a faixa etária de 04 a 07 anos das escolas públicas de Alta Floresta – MT, onde, durante os meses de outubro e novembro são realizadas apresentações através de um verdadeiro espetáculo com músicas e contação de histórias com um enredo abrangendo o mundo encantado

Com uma linguagem lúdica dos contos, são apresentadas as histórias que trazem sempre personagens da fauna e flora da floresta Amazônica.  Até o momento, já participaram do projeto cerca de 800 crianças de 14 escolas.

Neste ano o projeto acontecerá no mês de novembro e contará a história “O quintal da minha casa” de Fernando Nuno com adaptações, será um verdadeiro espetáculo com as personagens Plim Plim a fada das águas e a Mãe Natureza.

Divulgação/FEC

“Em nossos projetos as atividades envolvem ciência, ética, compromisso e atitudes e, acima de tudo, a transmissão de informações, conceitos e técnicas necessárias que levem à reflexão e à compreensão da realidade para conscientizar sobre uma mudança correta de atitudes”, diz a presidente da FEC, Vitória Da Riva.

“O objetivo é construir o respeito com a natureza e sensibilizar as futuras gerações no cuidado com o maior patrimônio natural a floresta amazônica. Essa lição tem sido levada através dos projetos de educação ambiental até às salas de aula”, explica a coordenadora de Educação Ambiental da FEC, Mariana dos Santos.

As professoras: Elizangela Soares Major Lourençoni e Alana Regina Ruiz da Silva da escola municipal rural Mundo Novo estiveram presentes nas atividades do projeto “Brincando na Floresta “e depois conversaram com os alunos na escola.

“Fizemos uma roda de conserva com os alunos e todos fizeram desenhos representando o que mais gostaram de ouvir sobre a floresta amazônica. Das brincadeiras desenvolvidas na oficina “Quem Sou EU?” ganhou mais a atenção dos alunos e por isso repetimos ela em sala de aula. A atividade permite maior conhecimento sobre os animais da Amazônia. Foi um sucesso!”, contou Alana.

Coordenação de Comunicação

Texto:Josana Salles

imprensa@fundacaocristalino.org.br

65-99966-3681

RPPNs podem proporcionar novos negócios para produtores rurais e isenção total de ITR

Criar uma Reserva Particular de Patrimônio Natural – RPPN pode ser um bom negócio para os produtores rurais do norte de Mato Grosso. Entre os benefícios já oferecidos pela legislação brasileira estão medidas como incentivos fiscais, linhas de crédito especiais para criação e manutenção das unidades de conservação e um fundo público de financiamento da atividade.

E a cota de vantagens deve aumentar com a aprovação do Projeto de Lei 784/2019 aprovado na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados que deverá isentar de Imposto Territorial Rural – ITR a propriedade rural que averbar 30% da área como RPPN.

Rafael Ferraz/FEC – RPPN Cristalino

Atualmente, é livre de pagamento de ITR somente a área da reserva natural particular. A boa notícia foi anunciada pelo administrador de empresas e proprietário rural, Laércio Miranda de Sousa durante palestra promovida pela Prefeitura Municipal de Alta Floresta, Fundação Ecológica Cristalino – FEC e diversos parceiros.

Ao criar uma reserva particular, o dono do terreno garante a preservação ambiental de forma permanente. Pela lei, o processo não pode ser revertido. As únicas atividades permitidas nas áreas preservadas são turismo, educação ambiental e pesquisa.

No Brasil foram criadas 495 RPPNs nos últimos 8 anos totalizando 1.846 reservas naturais, representando mais de 800 mil hectares de áreas ambientais protegidas de forma voluntária.

Laercio disse ainda que as RPPNs podem se sobrepor às Reservas Legais e serem utilizadas pelos proprietários para: pagamentos por serviços ambientais, crédito de carbono, compensação ambiental, ICMs Ecológico, Ecoturismo e outras atividades que podem ser implementadas no entorno da área, como a apicultura, por exemplo.

“Eu sou também pecuarista e tenho a RPPN que além de ter esses benefícios ainda vai garantir o Selo Verde Brasil, lançado recentemente pelo Governo Federal. Sou produtor rural, mas tenho um diamante verde que me faz ser também um produtor de natureza”, complementa. Outro fator importante para a produção rural é o marketing positivo de promover a conservação ambiental.

@fotografia_natureza

A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Alta Floresta, Gercilene Meira comentou que o evento sobre RPPNs promovido por várias entidades públicas e não-governamentais é desmistificar o tema e orientar os produtores rurais e comunidades da agricultura familiar. “Alta Floresta já tem a primeira RPPN criada na Amazônia de Mato Grosso e que é sucesso na conservação e nos negócios de ecoturismo. “As RPPNs podem fortalecer a agricultura e a economia local”, disse.

Alta Floresta tem hoje 2.500 produtores rurais no bioma amazônico e podem ser beneficiados com a criação de novas RPPNs. O secretário municipal de Agricultura e Pecuária, Marcelo Fernando de Souza participou do evento e ressaltou a necessidade de difundir as vantagens para o produtor.

O produtor rural e empresário de ecoturismo da Fazenda Anacã, Fernão Prado é um dos interessados em criar uma RPPN nas suas terras. Possui projeto produtivo associado a serviços de ecoturismo e observação de aves. Desde 2014 a propriedade vem se tornando uma referência regional na adoção de práticas mais sustentáveis e na recuperação de áreas degradadas. “Além de valorizar a atividade rural pode agregar renda para toda a cidade”, disse.

A Fundação Servir que possui o Sítio Ecológico da Paineira, no município de Alta Floresta também está analisando a possibilidade de criar uma RPPN onde existe a maior árvore da América Latina. A área mantém uma sumaúma de 61 metros de altura, 4 metros de circunferência de tronco e 304 metros de circunferência de copa.

@fotografia_natureza

Participaram ainda proprietárias rurais da Comunidade Guadalupe que também trabalham com produção sustentável de diversos produtos orgânicos. Também estiveram presentes representantes das prefeituras municipais de Nova Monte Verde e Paranaíta.

Durante a palestra, Laércio apresentou como exemplo a Fazenda Caiman, no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Após 36 anos de pecuária, a fazenda tem um dos mais bem sucedidos projetos de ecoturismo e conservação de onça-pintada e 78% da sua receita é oriunda do turismo

O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade – ICMBio de Alta Floresta se colocou à disposição para orientar os produtores rurais no processo de criação de RPPNs federais e a Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT- campus de Alta Floresta disponibilizou seu corpo técnico e científico na produção de planos de manejo.

São parceiros do evento: Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Inovação e Desenvolvimento Econômico, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA/MT), Fundação Ecológica Cristalino (FEC), Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), Instituto Chico Mendes (ICMBio), Instituto Federal de Educação (IFMT), Fundação Servir, Simenorte, Sindicato Rural de Alta Floresta, Fazenda Anacã e Conselho Municipal de Turismo (COMTUR).

Coordenadoria de Comunicação da FEC

imprensa@fundacaocristalino.org.br

Josana Salles – 65-99966-3681

@fundacaoecologicacristalino

www.fundacaoecologicacristalino.org.br