No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho a Fundação Ecológica Cristalino – FEC participa do evento “Emergências Socioambientais em Mato Grosso”, promovido pelo Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso – FORMAD. Serão realizadas atividades nos dias 05 e 06 de junho, com a participação de representantes de algumas das 36 entidades filiadas ao FORMAD no estado. A programação começa com o II Fórum Popular das Unidades de Conservação, na segunda-feira (05), a partir das 9h, no Hotel Fazenda Mato Grosso.
Ainda na segunda-feira (05), às 14h, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) será realizada a Audiência Pública “PEC 12/2022: Unidades de Conservação”, em parceria com o mandato do deputado federal Lúdio Cabral. A audiência tem como objetivo ampliar a discussão sobre os impactos da aprovação do projeto, que já teve a inconstitucionalidade apontada pelo Fórum em nota técnica protocolada junto à ALMT.
Na terça-feira (06), a programação conta com o Fórum “Águas e Crise Climática”, abordando a luta e a resistência das comunidades diante do enfrentamento à crise socioambiental.
No dia 30 de maio de 2001 foi criado pelo Governo de Mato Grosso o Parque Estadual Cristalino II com 118 mil hectares, localizado na Amazônia mato-grossense, entre os municípios de Alta Floresta e Novo Mundo. Naquele ano a unidade de conservação foi anexada ao Parque Estadual Cristalino |, criado em 2000, com 66.900 hectares. Ao todo são 184.900 hectares de floresta amazônica primária que promovem a conservação da fauna e flora do sul da Amazonia brasileira.
Na região do Parque Estadual Cristalino foram identificadas mais de 600 espécies de aves, sendo 25 estão ameaçadas de extinção, 82 espécies de répteis, 60 de anfíbios, 98 de mamíferos, 2 mil de borboletas, 39 de peixes e mais de 1.400 espécies de plantas já catalogadas. Ao todo são 41 espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção e 38 espécies endêmicas.
As unidades de conservação são instituídas pelo poder público e tem papel fundamental na conservação da biodiversidade. São espaços territoriais e marinhos detentores de atributos naturais e/ou culturais, além de especial relevância para a conservação e uso sustentável de seus recursos, desempenhando um papel altamente significativo para a manutenção da diversidade biológica.
As UCs são legalmente instituídas pelo poder público nas suas três esferas (municipal, estadual e federal).
Essas áreas são reguladas pela lei nº 9985/2000, que institui o Snuc (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), e estão divididas em dois grupos: as de proteção integral e as de uso sustentável.
Além de proteger espécies raríssimas da fauna amazônica, as florestas do Parque Estadual do Cristalino contribuem para o combate ao aquecimento global e a produção de chuvas que são distribuídas no estado de Mato Grosso e sul do Brasil.
Encontrada em expedição do Projeto Mantis na RPPN Cristalino, espécie faz homenagem à RPPN Cristalino
Leo Lanna e o designer Lvcas Fiat, do Projeto Mantis
Em 2021, em meio ao segundo ano da pandemia, o pesquisador Leo Lanna e o designer Lvcas Fiat, do Projeto Mantis, realizaram a maior expedição de suas vidas, como parte do Mestrado de Leo pelo Museu Paraense Emílio Goeldi e Universidade Federal do Pará. “Austral: Mantis da Amazônia” foi uma imersão de dois meses na RPPN Cristalino, MT, na porção mais sul do bioma, onde a floresta encontra o Cerrado. Com apoio da Fundação Ecológica Cristalino e do Greenpeace Brasil, o objetivo era documentar a diversidade de louva-a-deus da área, até então completamente desconhecida. O primeiro resultado saiu agora: uma nova espécie, Microphotina cristalino, publicada na European Journal of Taxonomy, e batizada em homenagem à reserva e ao principal rio da região. O nome também remete à característica translúcida do corpo do inseto. Enquanto um projeto de lei pretende retirar o Mato Grosso da Amazônia Legal, a nova espécie de louvaa-deus soma-se às diversas descobertas feitas na região, como o sagui-de-schneider, nos lembrando o quanto ainda temos a conhecer e por que a floresta deve seguir protegida.
“Nós realizamos expedições em diversos locais do Brasil, e a Amazônia do Mato Grosso sem dúvidas foi a mais rica em diversidade que já vimos”, conta Leo Lanna. “A quantidade de animais era imensa, não era incomum ver antas, queixadas, mamíferos grandes que são cada vez mais raros ou escassos. E isso se refletiu nos louva-a-deus: encontramos mais de 30 espécies, em quantidades que nunca imaginamos ver.”
Quase diariamente a dupla saia à noite, com lanternas e câmeras, para buscar os insetos. Perto do alojamento, deixavam duas armadilhas de luz não-letais, que são basicamente um pano branco com uma luz forte que traz insetos voadores noturnos. Na floresta, eram horas de busca, olhando no chão e folhiço, passando por troncos e folhas, até onde os olhos alcançavam. O Brasil tem a maior diversidade de louva-a-deus do mundo, mais de 250 espécies, que habitam todos os biomas e todas as partes dos ecossistemas. Carismáticos e chamativos, esses insetos carnívoros são inofensivos para nós e apresentam formas e cores bastante peculiares, sempre camuflados. Podem se parecer com galhos, folhas verdes ou secas, líquens, musgos e até flores. Encontrá-los à noite é mais fácil, quando a camuflagem não é tão efetiva. Na RPPN Cristalino, o Projeto Mantis buscava por novas e raras espécies que pudessem nos ajudar a compreender melhor esses insetos, cuja diversidade no país pode alcançar até 700 espécies no futuro, de acordo com cientistas. E foi a expedição de maior sucesso da organização. Além do louva-a-deus cristalino, já identificaram ao menos duas outras novas espécies de louva-a-deus, que estão em processo de descrição.
A descrição foi feita com base em machos adultos, encontrados somente na armadilha de luz não letal
A descoberta do louva-a-deus cristalino trouxe à tona diversas questões. A descrição foi feita com base em machos adultos, encontrados somente na armadilha de luz não letal. Ao revisarem a literatura, os autores perceberam que o mesmo aconteceu para as outras quatro espécies do gênero Microphotina. Em apenas uma delas a fêmea é conhecida, a partir de um único exemplar. Isso significa que, fora os machos voadores atraídos às luzes, não se conhecem as fêmeas e jovens, que não voam, nem os ovos. No artigo, os autores levantam a hipótese de que seja um inseto de dossel, vivendo na copa das árvores e raramente descendo às partes baixas da floresta.
“Mesmo com dois meses de buscas na floresta, o louva-a-deus cristalino só apareceu na armadilha de luz. A copa das árvores é um mundo à parte, extremamente biodiverso e desconhecido. Inclusive, em nosso TED Talk no Canadá ano passado, quando falamos a primeira vez sobre a espécie nova, mencionamos como ainda não existem tecnologias eficientes para pesquisar grande parte da fauna de dossel, apesar dos avanços que nos permitem explorar do fundo do oceano até Marte.”
No artigo, que conta também com os especialistas em louva-a-deus João Herculano e Julio Rivera, e o herpetólogo Pedro Peloso, orientador de Leo no Mestrado, os pesquisadores alertam para a conservação da espécie. Por viver nas partes altas, o louva-a-deus cristalino provavelmente depende de florestas preservadas. Infelizmente, a região faz parte do infame Arco do Desmatamento, onde a devastação mais avança. O ecótono Cerrado-Amazônia, essa região de contato e troca entre os dois biomas, concentra uma biodiversidade riquíssima e única, porém já perdeu 40% de sua cobertura original. Caso o Estado seja retirado da Amazônia Legal, a previsão é que milhões de hectares sejam desmatados, agravando o cenário. Mesmo as áreas protegidas se encontram sob forte pressão. Só em 2022, milhares de hectares dos Parques Estaduais Cristalino I e II sucumbiram a queimadas ilegais. Ainda assim, é graças às RPPNs, Unidades de Conservação Federais e Estaduais, e Terras Indígenas, que ainda restam trechos importantes da Amazônia na região, um abrigo fundamental para sua rica biodiversidade. Por isso o nome foi uma homenagem à reserva que protege a espécie nova.
O artigo científico aproveita a oportunidade para sintetizar o conhecimento da linhagem evolutiva desse grupo de louva-a-deus, os Microphotina, incluindo a relação entre suas espécies, os primeiros detalhes da história natural e comportamento, e sua distribuição, hoje restrita à Amazônia. E se antes a linhagem só era conhecida para regiões mais ao Norte do bioma, de clima mais úmido ao longo de todo o ano, a descoberta de uma espécie na RPPN Cristalino, no sul do bioma, onde existe uma estação seca bem definida, levantou a hipótese de que esse tipo de louva-a-deus também pudesse ser encontrado na Mata Atlântica ou até mesmo em zonas naturais de florestas do Cerrado e da Caatinga. E essa hipótese se confirmou em Dezembro do ano passado, quando a equipe visitou a Universidade Federal de Viçosa e encontrou um único exemplar de um louva-a-deus semelhante aos Microphotina na coleção do museu entomológico, oriundo da Mata Atlântica mineira. Com o achado, estão iniciando uma parceria com pesquisadores da UFV para desvendar a fauna de louva-a-deus local.
RPPN Cristalino, na Amazônia de Mato Grosso e ao lado do Parque Estadual Cristalino
Ainda há muito a se conhecer sobre a biodiversidade do Brasil, nossa maior e verdadeira riqueza. O Projeto Mantis trabalha desde 2015 com pesquisa, conservação e documentação de vida selvagem, combinando ciência e arte no estudo dos louva-a-deus. Por meio de palestras, exposições, eventos e redes sociais, a equipe divulga suas descobertas e sua experiência na busca por esses insetos fantásticos. Fala não somente de insetos, mas das belezas de nossa fauna e flora, mostrando em detalhes os encontros fantásticos nas noites das florestas tropicais. Esse ano irão ao Global Exploration Summit, em Portugal, falar sobre suas mais recentes descobertas. E voltarão à Amazônia, dessa vez em Roraima, para uma expedição com financiamento da National Geographic Society, para produzir um trabalho em torno do desconhecido e do imaginário no universo dos louva-a-deus.
No Dia Mundial da Biodiversidade, a Fundação Ecológica Cristalino – FEC comemora a realização de mais uma campanha de campo do Programa de Monitoramento da Biodiversidade das RPPNs Cristalino, no fim do período chuvoso. O programa teve iniciou em 2019 e retomou as atividades em outubro de 2022 após a pandemia do coronavírus.
Foram percorridos cerca de 15 quilômetros por dia. O acesso a trilha de monitoramento passa pela floresta ripária (mata ciliar) e 420 metros de igapó inundado com as águas pretas do rio Cristalino.
Neste mês de maio, os pesquisadores percorreram por volta de 100 quilômetros em 10 dias de trabalho coletando dados sobre mamíferos, aves e borboletas frugívoras. O coordenador do monitoramento, Lucas Eduardo Araújo Silva, biólogo, Doutor em Zoologia (evolução e biodiversidade) lembra que nas RPPNs Cristalino existem 8 ambientes diferentes com flora e fauna associados, o que geram uma alta biodiversidade nesta região tão importante para a conservação da Amazônia.
“Estamos em campo duas vezes ao ano realizando as atividades de monitoramento da biodiversidade das RPPNs Cristalino. Este trabalho veio para suprir a necessidade de amostrar, e estudar ao longo do tempo a biodiversidade destas reservas, visando investigar e propor ações que venham a auxiliar na conservação dos grupos estudados”, explica o coordenador da FEC.
A região das RPPNs e do Parque Estadual Cristalino é um reduto de espécies ameaçadas, tais como a castanheira (Bertholletia excelsa), a onça-pintada (Panthera onca), o tracajá (Podocnemis unifilis) e o jacamim-de-costas-marrons (Psophia dextralis), além de ser lar para mais de sete espécies de primatas, incluindo o endêmico e ameaçado macaco-de-cara-branca (Ateles marginatus), espécie símbolo do Parque Estadual Cristalino.
Outros habitantes da floresta incluem o tatu-canastra (Priodontes maximus), a ariranha (Pteronura brasiliensis), diferentes espécies de sapos e serpentes e mais de mil espécies de borboletas. Quase um terço de todas as aves brasileiras, de um total de 1971 espécies – incluindo o gavião-real (Harpia harpyja), uirapurus, araras, papagaios e tucanos – podem ser observados dentro e nos arredores da reserva.
As RPPNs Cristalino, são áreas protegidas que ajudam na conservação de uma rica biodiversidade na porção meridional da Amazônia, localizadas na divisa entre Mato Grosso e Pará e vizinha ao Parque Estadual do Cristalino.
Pesquisadores preparam equipamentos para as atividades de campo
A Fundação Ecológica Cristalino – FEC comemora neste dia 17 de maio 24 anos de muitas realizações, lutas, pesquisas e ações de conscientização pela conservação da Amazônia. Situada na região de Alta Floresta, norte de Mato Grosso, a fundação atua no incentivo à pesquisa científica, projetos de educação ambiental e na sustentabilidade econômica sustentável de toda a região.
A FEC tem como carro-chefe a gestão das Reservas Particulares de Patrimônio Natural – RPPNs Cristalino e no projeto “Um dia Na Floresta”, que este ano completa 15 anos de atividades com mais de 5 mil estudantes da rede pública e particular de ensino de Alta Floresta e entorno que fazem conexão entre as crianças, a flora e a fauna da Amazônia mato-grossense.
As quatro RPPNs Cristalino, situadas próximas do Parque Estadual Cristalino, surgiram a partir da década de 90 e juntas totalizam mais de 7 mil hectares de floresta amazônica primária em uma região de prioridade extremamente alta para a conservação da Amazônia de Mato Grosso, no Arco do Desmatamento.
Vista do Rio Cristalino afluente do Rio Teles Pires
Em mais de duas décadas de trajetória, a FEC realizou parcerias com inúmeras instituições de pesquisa e universidades brasileiras que realizaram mais de 40 estudos científicos sobre a fauna, flora e clima nas reservas naturais ” A FEC desenvolve, apoia e incentiva a realização de pesquisas científicas nas RPPNs Cristalino, visando aumentar o conhecimento desta região, visando a conservação e preservação da sua biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos que a floresta fornece”, ressalta Lucas Eduardo Araújo Silva, biólogo, Doutor em Zoologia (evolução e biodiversidade) pós em Direito Ambiental e coordenador da FEC.
Lucas Eduardo coletando dados do Monitoramento de Biodiversidade
A presidente da FEC, empresária de ecoturismo e proprietária do Cristalino Lodge, Vitória Da Riva implantou a fundação com intuito de preservar a floresta e demonstrar que é possível promover o desenvolvimento sustentável com a floresta em pé. “Estou feliz em saber que estamos contribuindo com a conservação da Amazônia, mostrando que a floresta tem valor e esse é um trabalho importante da Fundação Cristalino. São muitas pesquisas científicas, educação ambiental para crianças das comunidades. É muito satisfatório ver a missão da FEC sendo cumprida”, comemorou.
Vitória Da Riva – Presidente da FEC
Vitória ressalta o apoio e realização de pesquisas de monitoramento da biodiversidade da região do Cristalino. “Estamos contribuindo para o conhecimento sobre a Amazônia. As parcerias com universidades nacionais e internacionais nas pesquisas proporcionou um descobrimento da imensa biodiversidade desta região. Através da FEC houve a possibilidade de trazer pesquisadores, juntamente com a infraestrutura do Cristalino Lodge que contribui para manter os cientistas no campo em que coletam dados nas RPPNs e no Parque Estadual Cristalino. Sem o apoio da FEC e do lodge não seria possível realizar as pesquisas, mesmo as de socioeconômicas. O conhecimento de fauna, flora, ecótono, clima, hidrologia fornece informações até mesmo para a agricultura.
Um Dia na Floresta
O projeto de educação ambiental “Um Dia na Floresta” realizado pela Fundação Ecológica Cristalino – FEC completa 15 anos de muitas histórias construídas por estudantes, professores e voluntários nas trilhas da Reserva Surucuá, na cidade de Alta Floresta. Em cada atividade realizada, os participantes vivenciam a floresta e compartilham experiências. Já ocorreram 210 oficinas com a participação de 30 escolas do município de Alta Floresta e região até 2022. Ao todo 5.470 estudantes e 90 professores foram levados para conhecer de perto a biodiversidade da Amazônia.
Mariana dos Santos da Silva – Coordenadora de Educação Ambiental
FEC realiza capacitação para monitores do projeto “Um Dia na Floresta”
A Fundação Ecológica Cristalino – FEC capacitou 20 monitores que farão parte da execução do projeto “Um Dia Na Floresta” em 2023. O curso permite a troca de experiências e formação aos monitores, por meio das atividades do projeto e sua filosofia. Os inscritos tiveram oportunidade de conhecer de perto a Fundação Ecológica Cristalino, localizada na reserva Surucuá, uma área de floresta nativa amazônica, dentro do município de Alta Floresta.
“Um Dia a Floresta” é um projeto realizado pela FEC e executado por meio de oficinas e tem por objetivo envolver as crianças no cuidado com a biodiversidade. Há 15 anos, a fundação recebe uma vez por semana, em média 30 crianças na faixa etária de 07 a 10 anos. As oficinas têm um dia de duração e são realizadas nas trilhas da reseva Surucuá e na sede da FEC.
As crianças realizam caminhadas, observação da fauna e da flora, atividades artísticas e dinâmicas de grupo em plena floresta. Tais atividades, além de divertir, despertam a curiosidade, um novo olhar e uma nova conexão com a floresta, um ambiente ao mesmo tempo, tão próximo e tão distante.
“O Projeto Um Dia na Floresta proporciona experiências incríveis em plena floresta amazônica para as crianças da região, onde além de se conectar com a floresta elas também aprendem sobre a biodiversidade local.”, explica a coordenadora de Educação Ambiental da FEC, Mariana dos Santos da Silva, que há 10 anos desenvolve o projeto “Um Dia na Floresta”. Mariana é formada em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas com pós-graduação em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.
O projeto já realizou duzentas e dez (210) oficinas e atendeu de 2008 até 2022, trinta (30) escolas do município de Alta Floresta e região, entorno de cinco mil, quatrocentos e setenta (5.470) crianças destas instituições e noventa (90) professores. Além disso, teve a participação como monitores cento e oitenta e oito (188) voluntários, sendo em sua maioria acadêmicos da Universidade do Estado de Mato Grosso- UNEMAT.
Dia Internacional das Florestas
A diversidade biológica e a segurança climática nas florestas do Cristalino
Em 2023, o Dia Internacional das Florestas, comemorado no dia 21 de março, o Brasil busca soluções para garantir a conservação da Amazônia, essencial para a segurança do clima global. Suas florestas armazenam 25% de toda a biomassa florestal da Terra e possuem o maior estoque de carbono de todas as emissões histórias de fonte fóssil dos Estados Unidos. Uma das estratégias de conservação das florestas mais significativas no Brasil é a criação de Reservas Particulares de Patrimônio Natural – RPPNs, incorporadas ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Na Amazônia mato-grossense, as quatro RPPNs Cristalino, situadas no município de Alta Floresta, surgiram a partir da década de 90 e juntas totalizam mais de 7 mil hectares em uma região de prioridade extremamente alta para a conservação da Amazônia mato-grossense.
As RPPNs Cristalino são destinadas para fins de pesquisa, educação ambiental e visitação controlada. São regidas pela Fundação Ecológica Cristalino (FEC), situada no município de Alta Floresta. No entorno das reservas, outras terras estão sendo protegidas pelos proprietários, são elas: Ilha Ariosto com 536 hectares de mata nativa no Rio Teles Pires e a Fazenda Cristalino com 3.701 hectares, totalizando assim, cerca de 11.400 hectares de florestas protegidas.
Nos últimos 20 anos, A FEC realizou parcerias com inúmeras instituições de pesquisa e universidades brasileiras que realizaram mais de 40 estudos científicos sobre a fauna, flora e clima nas reservas naturais “É uma área pequena se compararmos com as proporções continentais deste rico Bioma. Porém, estão localizadas em uma região que mais sofre com o desmatamento decorrente do avanço da fronteira agrícola. A FEC desenvolve, apoia e incentiva a realização de pesquisas científicas nas RPPNs Cristalino, visando aumentar o conhecimento desta região, visando a conservação e preservação da sua biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos que a floresta fornece”, ressalta Lucas Eduardo Araújo Silva, biólogo, Doutor em Zoologia e coordenador da FEC.
Vista do alto da torre das RPPNs Cristalino. Foto: Samuel Melin
A bióloga e Doutora em Aquicultura, professora de Ecologia da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Solange Arrolho é uma das pesquisadoras que atua nas RPPNs Cristalino em parceria com a Fundação Ecológica Cristalino. Ela explica que a região do Parque Estadual Cristalino protege 1% das espécies ameaçadas de extinção no Brasil e 0,15% das espécies ameaçadas globalmente (GBIF.org, 2023). “Mas o que isso significa? Quando se fala em Amazônia, a primeira imagem que vem na memória se refere à presença de grandes florestas e grandes rios, povoados por uma enorme diversidade de espécies, muitas das quais ainda desconhecidas pela ciência. Temos que pensar que essa região tem importância econômica, ecológica e social de grande relevância para a nossa e futuras gerações. Portanto, conservá-la é demonstrar que usamos nossa preocupação com o outro”.
A região das RPPNs e do Parque Estadual Cristalino é um reduto de espécies ameaçadas, tais como a castanheira (Bertholletia excelsa), a onça-pintada (Panthera onca), o tracajá (Podocnemis unifilis) e o jacamim-de-costas-marrons (Psophia dextralis), além de ser lar para mais de sete espécies de primatas, incluindo o endêmico e ameaçado macaco-de-cara-branca (Ateles marginatus), espécie -símbolo do Parque Estadual Cristalino. Outros habitantes da floresta incluem o tatu-canastra (Priodontes maximus), a ariranha (Pteronura brasiliensis), diferentes espécies de sapos e serpentes e mais de mil espécies de borboletas. Quase um terço de todas as aves brasileiras, de um total de 1971 espécies – incluindo o gavião-real (Harpia harpyja), uirapurus, araras, papagaios e tucanos – podem ser observados dentro e nos arredores da reserva.
As RPPNs possuem rígidas normas a respeito do uso da área e zoneamento e proíbe atividades como mineração, desmatamento e caça e pesca predatória. É permitida a prática de turismo responsável com facilidades turísticas de mínimo impacto, como torres de observação, mirantes e trilhas.
As RPPNs Cristalino
Em 1990, o Floresta Amazônica Hotel (FAH) adquiriu uma área de 700 hectares na margem direita do Rio Cristalino, criando ali alguns anos mais tarde a primeira unidade de conservação privada da Amazônia mato-grossense. A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Cristalino tem 670 hectares, sendo que os demais 30 hectares foram destinados para o empreendimento de ecoturismo Cristalino Lodge que apoia a conservação da área.
Com o intuito de criar um modelo de economia sustentável embasado no ecoturismo e geração de empregos e renda para a comunidade de Alta Floresta e região, foi criado o Hotel de selva Cristalino Lodge que, em parceria com a FEC desenvolveu um modelo de cooperação no qual o ecoturismo gera recursos para a manutenção das RPPNs e para a elaboração de pesquisas científicas e projetos de educação ambiental.
Here at the Cristalino Ecological Foundation (FEC) we are delighted to announce yet another promising partnership. We are pleased to present the work of Luigi Di Mauro, who is going to be helping us in our projects.
Canvas: “Protegendo das queimadas”
Luigi Di Mauro is a Brazilian artist and graphic designer. He produces figurative and abstract works, usually on canvas, where the colors dominate the visual image. In his figurative work, he turns to simplicity in the lines used to portray contemporary behavior and environmental preservation efforts; while in his abstracts, he seeks to express connections between the colors and organic forms.
With a growing international reputation, Luigi began to focus on showcasing the importance of the environment, producing works on the subject of preserving nature, particularly in the Amazon forest. In his efforts to assist preservation and conservation activities, and noting the seriousness of the projects developed by the FEC, he opted for us to receive part of the sale value of his works.
So, now you can collaborate with our projects (know our projects) when purchasing one of the beautiful works of art by Luigi Di Mauro. Participate by accessing this web page (click to know Luigi’s art).